Localização: Junto ao vale da Fonte dos Olhos, aldeia de Melides.
Cronologia: Neolítico (c.5000 a.C./c.3000 a.C.)
Medidas de proteção: Inexistentes.
Descrição: Cavidades naturais, utilizadas como necrópoles de inumação, abertas nos calcários cenozóicos da margem direita (Lagar) e esquerda (Zambujal) da Ribeira de Melides.
Na gruta do Zambujal foi encontrado bastante espólio osteológico, junto às paredes do interior da gruta, pertencente a 46 indivíduos e artefactos cerâmicos e líticos de perfeita execução e que estavam depositados à entrada da mesma. No exterior, numa fenda da rocha, foi identificado um esqueleto que apresentava uma matriz esbranquiçada, em resultado da exposição aos fatores climáticos.
Aquando da exploração arqueológica, a gruta do Zambujal encontrava-se repleta de areias que não parecem ter alterado substancialmente a disposição original do espólio, consistindo este no seguinte:
- Instrumentos em pedra e osso: 15 machados, 7 enxós e 1 escopro ou formão de pedra polida, 7 sílex, 4 ossos trabalhados e 7 contas;
- Cerâmica (barro grosseiro): 1 tigela pequena, 1 vaso circular e diversos fragmentos de outros vasos;
- Ossos humanos: 7 crânios completos e um grande conjunto de ossos diversos;
- Ossos de animais: diversos e de diferentes épocas.
A gruta do Lagar foi primeiramente explorada pelo Dr. João da Cruz e Silva que dela retirou alguns machados de pedra polida e um pequeno vaso cerâmico. Posteriormente foi aí apenas encontrado algum material osteológico constituído por um crânio incompleto e fragmentos de outros pertencentes a mais de 9 indivíduos, entre adultos e crianças.
Síntese de intervenções: No que se refere à gruta do Lagar foi explorada pelo Dr. Cruz e Silva, fundador do Museu de Santiago do Cacém, em finais do século XIX ou inícios do século XX. Ambas as grutas foram exploradas em 1927 por Romão de Sousa, conservador do Museu dos Serviços Geológicos, e João Telo, coletor dos mesmos Serviços. Em Março de 1964 foi estudada ao nível da Espeleogénese, Bioespeleologia e Arqueologia pela equipa Os Ratos, composta por Artur Prazeres, Fernando Moncada da Costa e Rogério Santos, tendo sido produzido um relatório datado de 20 de Abril de 1964, que não se encontra publicado.
Observações: O espólio desta estação encontra-se no Museu do Instituto Geológico e Mineiro e no Museu Municipal de Santiago do Cacém.
